ATA DA VIGÉSIMA QUARTA SESSÃO EXTRAORDINÁRIA DA
TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM
19-12-2007.
Aos dezenove dias do mês de dezembro do ano de dois
mil e sete, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a
Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quinze horas e dez minutos, foi realizada
a chamada, respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Bernardino
Vendruscolo, Dr. Raul, Guilherme Barbosa, Haroldo de Souza, João Antonio Dib,
João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Margarete Moraes, Maria
Celeste, Maria Luiza, Mario Fraga, Maristela Maffei, Newton Braga Rosa, Nilo
Santos e Sofia Cavedon. Constatada a existência de quórum, a Senhora Presidenta
declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os
Vereadores Carlos Todeschini, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Ervino Besson,
Marcelo Danéris, Maristela Meneghetti, Mauro Zacher, Nereu D'Avila, Neuza
Canabarro e Valdir Caetano. Em PAUTA, Discussão Preliminar, 2ª Sessão, estiveram
os Projetos de Lei do Executivo nos 036/07, discutido pelo Vereador
Carlos Comassetto, 037/07, discutido pelos Vereadores Aldacir Oliboni, Sofia
Cavedon, Adeli Sell, Carlos Comassetto e Guilherme Barbosa, 038 e 039/07,
discutidos pelos Vereadores Adeli Sell e Guilherme Barbosa. Na ocasião, o
Vereador Carlos Comassetto formulou Requerimento verbal, solicitando a
realização de reunião da Mesa Diretora com representantes do Movimento dos
Trabalhadores Desempregados de Porto Alegre, presentes neste Plenário, tendo a
Senhora Presidenta informado que essa reunião seria realizada a seguir, no
Salão Nobre Dilamar Valls Machado, convidando a participar da mesma os
integrantes da Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança
Urbana, e tendo o Vereador João Antonio Dib manifestado-se a respeito do
assunto. Às quinze horas e quarenta e três minutos, constatada a inexistência
de quórum, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os
Senhores Vereadores para a Sessão Extraordinária a ser realizada a seguir. Os
trabalhos foram presididos pela Vereadora Maria Celeste e pelo Vereador Aldacir
Oliboni e secretariados pelo Vereador João Carlos Nedel. Do que eu, João Carlos
Nedel, 2º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após aprovada pela Mesa
Diretora, nos termos do artigo 149, parágrafo único, do Regimento, será
assinada pela maioria de seus integrantes.
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
2ª SESSÃO
PROC. Nº 9532/07 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº
036/07, que institui como Área Especial de Interesse
Social III – AEIS III, que se constitui de uma gleba de terra no Morro Santana,
cria as Subunidades 06, 07, 08 e 09, da Macrozona 04 (MZ 04), da Unidade de
Estruturação Urbana 004 (UEU 004), altera os limites entre as UEU 002 e 004 da
MZ 04, define regime urbanístico, e dá outras providências.
PROC. Nº 9537/07 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº
038/07, que estabelece a forma de reajuste da tarifa
do Sistema de Transporte Individual por Táxi do Município de Porto Alegre, em
todos os seus modais, e dá outras providências.
PROC. Nº 9538/07 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº
039/07, que cria indenização para manutenção de
instrumento musical aos detentores de cargos de provimento efetivo que compõem
a Banda Municipal da Secretaria Municipal de Cultura, e dá outras providências.
PROC. Nº 9536/07 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº
037/07, que dispõe sobre a admissão de pessoal por
tempo determinado, a fim de atender necessidades temporárias de excepcional
interesse público, consoante o que preceitua o inciso IX do art. 37 da
Constituição Federal e o inciso II do art. 17 da Lei Orgânica do Município.
(Agente Comunitário de Saúde/prorrogação de contrato temporário/recrutamento) Com Emendas nos 01, 02 e 03.
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste):
O
Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra para discutir a Pauta.
O
SR. ALDACIR OLIBONI: Srª
Presidenta, Verª Maria Celeste; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores,
público que acompanha aqui, hoje à tarde, a Sessão, telespectadores do Canal
16: o Governo Municipal José Fogaça não cumpre o acordo que fez com a Comissão
que tratava da admissão dos trabalhadores - os agentes comunitários dos PSFs -
e manda agora um Projeto de Lei a esta Casa para prorrogar um contrato que
havia feito - de três meses - por mais um ano. Prorrogar o contrato por mais um
ano! O próprio Governo fez um acordo com o Ministério Público Federal, com o
Ministério Público do Trabalho e com o Ministério Público Estadual no sentido
de que o projeto viria para a Casa até março do ano que vem. Portanto, poderia
ter mandado até agora, para criar os cargos dos agentes comunitários, que são
372 trabalhadores. Ao todo, somando enfermeiros, médicos e técnicos de enfermagem,
são mais de setecentos trabalhadores.
A
Emenda Constitucional n° 51, decretada e assinada no ano passado, em 2006,
garante, uma vez feita uma prova seletiva anterior à Emenda Constitucional, que
esses agentes comunitários sejam absorvidos pelo Governo Municipal. Portanto,
esses trabalhadores têm estabilidade. Independente de o Governo querer
prorrogar o contrato por mais um ano, até março do ano que vem ele tem que
mandar para esta Casa, Ver. João Antonio Dib, o Projeto de Lei criando os cargos
de agentes comunitários.
Neste
Projeto do Governo, há três Emendas deste Vereador. Uma obriga o cumprimento do
TAC, o Termo de Ajuste de Conduta, porque não haveria sentido se o Governo não
se comprometesse, Ver. Dr. Raul; o próprio TAC dá garantia no sentido de que
esses trabalhadores sejam absorvidos pelo Governo Municipal.
(Lê.)
“Art. 1º - Abstém-se de contratar, após a firmatura do presente termo,
profissionais para área de atenção básica à Saúde do Município, incluindo a
função de agentes comunitários de saúde ou demais trabalhadores vinculados à
Saúde da Família, a qualquer título, sem a realização de concurso público ou
processo seletivo público, nos moldes regimentais do art. 37, inc. II, do art.
198, § 4º da Constituição da República e da Emenda Constitucional nº 51, de
14-02-2006.”
Portanto,
esses 372 agentes comunitários o Governo tem a obrigação de absorver. E para os
demais deve criar concurso público, para que os PSFs, para que os agentes
comunitários não percam a legitimidade do seu trabalho, da sua ação. O Projeto
de Lei do Governo Municipal poderia ter evitado tudo isso. Isso é uma
atribuição do Executivo, não precisava ter mandado para cá, ele mesmo poderia
fazer. Mas, para transferir a responsabilidade para esta Casa, ele atira para
nós, como se fosse um compromisso do Legislativo. Ora, os Programas de Saúde da
Família, que são em torno de 84 serviços, atendem hoje uma população de mais de
trezentos mil porto-alegrenses. E agora, na virada do ano, eles não podem
perder essa função ou estarem ameaçados quanto à renovação do cargo. O Governo
se utiliza desse subterfúgio exatamente porque nós não temos saída: nós temos
que renovar o contrato. Mas o Governo também tem que se comprometer com a
criação dessas vagas, admitindo-os, mandando o Projeto para esta Casa, até
março do ano que vem. Caso contrário, o Governo estará “lavando as mãos”, como
fez recentemente em não continuar com a FAURGS e admitir o Sollus, que tem
criado inúmeros problemas por onde tem passado.
Nós,
Vereadores, estamos aqui dizendo que o Governo Municipal está muito atrasado,
deveria ser mais ágil, deveria ser coerente com os trabalhadores da Saúde.
Infelizmente, isso demonstra, mais uma vez, que a Saúde não é uma prioridade do
Governo Fogaça.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O
Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para fazer um Requerimento.
O
SR. CARLOS COMASSETTO (Requerimento):
Srª Presidenta, acabei de receber aqui, dirigido à Comissão de Direitos Humanos
da Casa, um documento por parte dos senhores que visitam a Casa neste momento
representando o Movimento dos Trabalhadores Desempregados de Porto Alegre, que
trazem aqui...
(Tumulto
nas galerias.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste):
Senhores, senhoras, por gentileza, temos um trabalho na Casa realizado pelos
Vereadores aqui presentes, trabalho que é regido por um Regimento, que deve ser
cumprido. É um rito diferenciado nas Sessões. Os senhores são muito bem-vindos
à Casa, mas, quando um Vereador está falando, nós pedimos a colaboração. Há a
exigência de se manter silêncio. As manifestações podem ser feitas após a fala
dos Vereadores. Obrigada.
O
SR. CARLOS COMASSETTO:
Como eu falava, foi entregue um documento, eles pedem que a Presidência e a
Mesa Diretora possam os receber, porque há um conjunto de conflitos
relacionados à vida da Cidade, eles gostariam que a Câmara Municipal pudesse
analisar e intermediar a resolução desses conflitos. Solicito a V. Exª a
possibilidade de recebê-los - a comissão representando o Movimento dos Trabalhadores
Desempregados de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul.
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste):
Acolho a solicitação do Movimento, através do Ver. Comassetto, da Comissão de
Direitos Humanos da Casa. Solicito que a comissão se dirija, juntamente com o
Ver. Comassetto e com os demais Vereadores da Mesa e da Comissão, ao Salão
Nobre dentro de cinco minutos. Obrigada, Vereador.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB:
Acho que deveria ter aqui um representante do Presidente Lula, que diz que não
há desemprego no Brasil.
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste):
Ver. Dib, isso não é uma Questão de Ordem, V. Exª sabe que todos os movimentos
são acolhidos nesta Casa com muita disposição e com muita responsabilidade por
parte desta Mesa Diretora. Portanto, reitero o convite aos Vereadores que assim
o desejarem, especialmente à Mesa e à Comissão de Direitos Humanos, para que
possamos ouvir a comissão no Salão Nobre dentro de cinco minutos.
A
Verª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir a Pauta.
A
SRA. SOFIA CAVEDON: Srª
Presidenta, Verª Maria Celeste; Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, prezados
cidadãos e cidadãs que legitimamente lutam por trabalho e que aqui nos visitam,
que esta Casa possa ouvi-los e fortalecer a sua luta.
Eu
quero comentar novamente o Projeto do Governo Fogaça que vem prorrogar até o
final do ano que vem, Ver. Haroldo, contratos que deveriam ser temporários para
os agentes comunitários da saúde da cidade de Porto Alegre. Agentes esses que
viveram, nos últimos quatro meses, cinco meses, a angústia de não saber o seu
destino, de não ter respostas sobre os dias trabalhados e não pagos, sobre os
direitos de férias, de 13º salário. Agora, no final do ano, conseguimos, por
meio de várias reuniões, elucidar... Esses agentes acreditaram quando o Governo
Fogaça afirmou, através dos seus Secretários aqui nesta Casa, que eles seriam
contratados diretamente, respeitado o processo de seleção que já tinham
enfrentado - por isso eram agentes.
O
Governo prometeu, por isso contratou diretamente por quatro meses, e, nesses
quatro meses, teve a afirmação da Secretária Sonia, com relação à criação dos
cargos de agentes comunitários de saúde, de que o Projeto viria para esta Casa.
Não só não veio o Projeto para criar os cargos, efetivá-los na Prefeitura, como
a Prefeitura propõem uma prorrogação de contrato temporário até 31 de dezembro
de 2008, portanto se desobriga, Ver. Dib, de resolver o problema dos agentes
comunitários de saúde e encaminha o problema para o novo Governo, e em 1º de
janeiro, se não tomarmos providências antes - um Prefeito saindo e o outro
entrando -, todos os agentes comunitários de saúde estarão sem contrato na
Cidade - essa é a proposta que veio para a Câmara avaliar.
O
Sr. João Antonio Dib: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Nobre Verª Sofia Cavedon, eu
quero cumprimentá-la pelo brilhante pronunciamento que está acontecendo neste
momento, também cumprimento o Ver. Aldacir Oliboni, porque o Ver. Aldacir
Oliboni desmentiu o Ver. Adeli Sell. O Ver. Adeli Sell disse que o Prefeito não faz nada, mas
o Ver. Oliboni diz que o Governo atende trezentos mil porto-alegrenses com esse
plano familiar de saúde, e V. Exª está ajudando a atender os trezentos mil
porto-alegrenses; sou grato a V. Exª por isso.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Então, o
senhor há de concordar comigo, Ver. Dib, que não podemos cometer essa
irresponsabilidade de, exatamente na transição do Governo, no final do ano que
vem, cessar os contratos de mais de trezentos agentes comunitários que estarão
possivelmente na condição dos cidadãos que aqui estão, lutando por trabalho.
Porque o Governo Fogaça não é responsável nem pelo atendimento básico de Saúde
nesta Cidade.
Quero dizer que não vamos votar favorável a este
Projeto se não forem retomadas as demissões punitivas que o Sollus está fazendo
na liderança dos trabalhadores da Saúde. Aqui está, Ver. Dib, o fax do
Sindicato dos Enfermeiros acusando as enfermeiras Cláudia Feldmann, Mônica
Leyser e Andréa de Oliveira Gonçalves. Todas elas são muito bem conceituadas no
seu profissionalismo pelos colegas e pelas comunidades, inclusive a enfermeira
Cláudia tem um abaixo-assinado de toda a Vila São Vicente Mártir. Elas foram
chamadas; a Cláudia não foi nem admitida, está na FAURGS em uma cadeirinha; as
demais foram chamadas e demitidas com uma única argumentação: de que terminou o
tempo de experiência, Ver. Dib. Isso é retaliação pelo movimento, porque eram
lideranças do movimento. Já levamos isso ao Ministério Público, os sindicatos
levaram; ao Secretário Clóvis, que prometeu rever com o Sollus. Na Audiência
Pública da Comissão de Saúde e Meio Ambiente, que o Dr. Raul coordenou, foi
frisado isso, foi solicitada a revisão; um agente comunitário de saúde foi
demitido, não tenho o seu nome aqui. Não vamos aceitar que o Governo use da sua
possibilidade de demitir e admitir sem justa causa; se fossem trabalhadoras
relapsas, eu concordaria, mas demite sem justa causa para intimidar o movimento
dos agentes comunitários e demais funcionários. Então, falo da tribuna, Verª
Clênia: queremos a revisão dessas demissões para considerar que é minimamente
sério o que o Governo está propondo com a nova prorrogação.
(Não revisado pela oradora.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Adeli
Sell está com a palavra para discutir a Pauta.
O
SR. ADELI SELL: Cara
Verª Maria Celeste, colegas Vereadores e Vereadoras, cidadãos e cidadãs,
desempregados e empregados que visitam a Câmara Municipal nesta tarde, quero
saudar o Movimento de vocês e dizer que nós estamos num ponto da Sessão em que
se discutem alguns projetos, talvez nós os votemos ainda na semana que vem.
Quero
falar especificamente ao pessoal da Banda Municipal, que está aqui representado
por sua Direção. Quero dizer que as suas preocupações, que foram levadas para a
Prefeitura no ano passado, chegaram aqui na semana passada, e, graças ao acordo
da Liderança do PT que eu dei, é que nós estamos fazendo três Sessões
Extraordinárias para podermos votar na quinta-feira que vem; porque aqui há um
trâmite. Nós estamos preocupados com a situação, estamos analisando a situação
jurídica do Projeto. Aqui ninguém passa nada “no grito”, as coisas têm que ser
analisadas, nós temos responsabilidades com o povo, porque há gastos da
Prefeitura. Sabemos da precariedade da Banda, pelos vencimentos que seus
componentes recebem, valores baixíssimos, algo inacreditável para a maioria das
pessoas que trabalham. Pensar que alguém que trabalha na Banda Municipal é
superbem remunerado - isso não é verdadeiro.
Nós
também, há muito tempo, estamos discutindo aqui o Projeto de um outro Vereador
que trata sobre a questão do mês, da data, das condições para o aumento do
táxi. É certo que o táxi é um transporte individual, que nós precisamos sempre
pensar, antes de mais nada, o transporte coletivo de massas - o trem, o metrô,
o ônibus, o táxi-lotação -, mas o táxi existe. Existem 3.900 taxistas em Porto
Alegre, ou melhor, carros, porque em muitos deles três pessoas trabalham, e
sobrevivem às vezes três famílias. E o Projeto chegou aqui da mesma forma que o
Projeto da Banda: na semana passada e pior do que o outro Projeto, porque está
cheio de erros. Eu fiz Emendas, em nome da minha Bancada, da Bancada do Partido
dos Trabalhadores, e já as disponibilizei, Ver. João Dib, a todos aqueles que
queiram assiná-las ou até modificá-las em alguma questão. Mas eu tenho a
convicção de que peguei cinco pontos com problemas, os quais têm que ser analisados neste
Projeto de Lei especificamente.
Também não vou fugir do debate sobre a questão do
PSF, que a Verª Sofia começou aqui a colocar. É um absurdo a situação em que
estamos, uma promessa realizada a trabalhadores da área da saúde, não a
qualquer trabalhador da saúde, não ao médico que trabalha no hospital de
excelência; nós estamos falando do agente de saúde, estamos falando da
enfermeira, do médico de família, daquele que sobe e desce morro na periferia,
daquele que visita pessoas que estão em área de risco, daqueles que visitam
pessoas onde há esgoto a céu aberto, que visitam as pessoas onde há grandes
moléstias, altamente prejudiciais, até pelas condições em que vivem. Pois, mais
uma vez, quer-se empurrar por mais 12 meses uma situação de total precariedade.
Por que o Acre, por que o Sergipe e mais
recentemente a Bahia já conseguiram resolver a questão do Programa de Saúde da
Família e a contratação feita pelo Governo? Por que temos que ficar nas mãos de
uma instituição que ninguém conhece em Porto Alegre? É uma instituição que tem
sede em São Paulo, de duvidosa atividade na área da saúde; recebeu vários
chamamentos de atenção o Instituto Sollus. Nós já tivemos aqui problemas com a
Fundae, de Santa Maria, que é vinculada a uma faculdade, já tivemos problemas,
no passado, com outras instituições, e não somos nós que vamos ficar desatentos
diante dessa situação. Aqui tem oposição, aqui tem vigilância e aqui tem trabalho.
Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Carlos
Comassetto está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. CARLOS COMASSETTO: Srª Presidenta, Verª Maria Celeste; colegas Vereadoras e Vereadores,
senhoras e senhores, quero discutir hoje os Projetos que estão na Pauta desta
Sessão Extraordinária. No mínimo,
há dois Projetos de suma importância entre os quatro Projetos do Executivo
Municipal. O primeiro deles diz respeito à Saúde Pública no Município de Porto
Alegre, Ver. João Antonio Dib.
Na
Audiência Pública realizada nesta Casa, viemos a esta tribuna para mostrar os
números da Saúde Pública, que, segundo pesquisa feita no mês de setembro,
piorou em Porto Alegre, na opinião de 56% da população. E isso aconteceu com a
finalização do contrato que existia com a Fundação e com uma determinação
unilateral do Secretário da Saúde, sem ouvir o Conselho Municipal da Saúde -
cujas lideranças estão aqui, eu as cumprimento -, sem levar em conta o que é
regimental, o que é orgânico nesta Cidade - para firmar contratos na Saúde, tem
que ser ouvido o Conselho Municipal da Saúde. E o Conselho Municipal da Saúde
não foi ouvido! O Governo, de uma forma unilateral, demitiu, num primeiro
momento, em torno de 550 funcionários da Saúde, entre médicos, enfermeiros e
principalmente agentes de saúde que atuam nos Postos da Saúde da Família. No
início deste Governo eram 85 unidades desses postos. E esse número não
aumentou; pelo contrário, alguns postos fecharam, como o da Vila Castelo, na
Restinga.
Portanto,
no momento em que o Governo propõe este Projeto à Casa, para atender à
necessidade da contratação, é claro que nós vamos dar acordo aqui, mas não
podemos deixar de registrar que o tema da Saúde na cidade de Porto Alegre não
melhorou em nada, considerando a premissa do Governo de “o que não está bom vai
melhorar, e o que está bom vai continuar”. O que estava bom está ficando muito
ruim, como é o caso da Saúde Pública no Município de Porto Alegre.
O
segundo tema que quero tratar é o PLE nº 036/07, que institui a Área Especial
de Interesse Social, uma AEIS, lá no Morro Santana, com a finalidade do regime
urbanístico para reassentamento de habitação popular. Não poderia deixar de
dizer neste momento que existem muitas áreas públicas no Município de Porto
Alegre e áreas do Estado, e não foi ainda implementado o Estatuto das Cidades,
aprovado em 2001, que determina que todas as áreas públicas ociosas que estão
ocupadas possam ser dirigidas para habitação, geração de emprego e geração de
renda. Portanto, meus senhores e minhas senhoras, esse é um tema fundamental, e
não para uma ou duas áreas. Nós que estamos fazendo a revisão do Plano Diretor
temos a responsabilidade nesse momento de identificar as setenta vilas
irregulares que estão em cima de áreas públicas municipais, e, de uma única
vez, regularizarmos todas elas, aplicando o Estatuto das Cidades, como
legislação que já tramita nesta Casa.
Quero trazer estes dois temas que já estão em Pauta
e não poderia deixar de referenciar aqui o Movimento que aqui está, que
reivindica aquela área da Corlac, para que seja implantado lá um pólo de
trabalho, renda e de agregação à vida pública da cidade de Porto Alegre, para
que aquele patrimônio não seja destruído, mas colocado em prol daquilo que nós
queremos, Ver. João Antonio Dib, porque o Governo Federal tem política, e o
desemprego está aumentando. Mas essa política tem que ser do Governo Federal,
do Governo do Estado e do Governo do Município. Portanto, os Projetos que são
trazidos neste momento votaremos favoravelmente, mas eles são insuficientes
para a Cidade que inclui, e nós temos que construir a Cidade que inclui. Na
revisão do Plano Diretor é nossa tarefa, é nosso papel, inclusive, tratar o
capítulo do desenvolvimento econômico, pois não veio nada, do Executivo, quanto
ao trabalho e renda. Muito obrigado, senhores e senhoras. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O Ver. José
Ismael Heinen está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente. O
Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.)
Ausente.
O Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra para
discutir a Pauta.
O SR. GUILHERME BARBOSA: Ver. Oliboni,
que dirige a Sessão; colegas Vereadores e colegas Vereadoras, demais pessoas
que nos acompanham aqui na luta por trabalho, nesta discussão preliminar, sem
votação. Quero abordar essa questão dos agentes de saúde, situação que já foi
muito comentada e debatida.
O que me chama muito atenção nesse processo, ou
mais atenção, é o fato de que em torno de três meses - não mais do que isso,
quatro meses no máximo - nós fizemos essa discussão aqui na Câmara, e houve
toda uma mobilização das pessoas atingidas pelo fim do convênio entre a
Prefeitura e a Fundação da Universidade Federal. A Prefeitura escolheu, de
forma polêmica, uma entidade também polêmica para fazer um novo convênio, e
naquele debate foi firmado um compromisso junto ao Ministério Púbico, pela
Prefeitura, de que logo em seguida iria abrir vagas para concurso desses funcionários.
Passado esse curto espaço de tempo - três meses,
quatro meses -, a Prefeitura rompe o acordo, quebra a sua palavra e agora está
pedindo a renovação da contratação provisória dessas pessoas por mais um ano,
até o final de 2008, deixando, portanto, a solução definitiva para o próximo
Prefeito, e eu acho difícil que permaneça o atual, acho muito difícil, pois as
pesquisas estão mostrando que não. Mas a quebra de palavra, a quebra de acordo
é que me chama mais atenção. É difícil confiar num Governo que faz isto que
está fazendo agora: passados três ou quatro meses, já não cumpre aquilo com que
se comprometeu.
Em segundo lugar, quero comentar o Projeto - foi
rapidamente comentado pelo nosso Líder, Ver. Adeli Sell - que concede
gratificação às pessoas que compõem a nossa Banda Municipal, para a manutenção
dos instrumentos. Ver. João
Dib, V. Exª conhece a Banda Municipal da Prefeitura de Porto Alegre, aliás uma
Banda muito boa, gostaria de vê-la tocar muito mais do que toca, porque tem
qualidade. Mas, pelo que eu sei agora, Ver. João Dib, os músicos já não compram
mais o equipamento; antigamente compravam. É uma coisa meio estranha.
Atualmente não compram mais, não fazem mais a manutenção do equipamento, de
cada instrumento. Como é que nós vamos dar uma gratificação para aquilo que não
existe mais? Eu estou achando muito estranho, porque os equipamentos, os
instrumentos são comprados pela Prefeitura. Então, como é que vamos dar uma
gratificação para fazer a manutenção desses instrumentos, que são do Município?
Eu estou achando estranho! Vejam que não estou me posicionando, por enquanto,
contra o Projeto. Eu não estou entendo o Projeto. Antes, quando
os músicos compravam, quando faziam a manutenção, tudo bem, haveria uma lógica,
mas agora não é esse o procedimento. Então, eu preciso de esclarecimentos. Peço
à Verª Clênia Maranhão, ao Ver. Mario Fraga, que representam o Governo,
informações para saber como é isso. Como é que vamos dar uma gratificação para
aquilo que os músicos não fazem? Então, fica a pergunta aqui, porque me parece
uma situação muito estranha.
O outro Projeto é o dos táxis, com o qual nós temos
concordância. O Projeto tem por objetivo - aparentemente, é o principal - tirar
duas bandeiradas, as quais criam confusão, ninguém nunca sabe exatamente quando
é que entra a bandeira 3 e a bandeira 4. Isso é um fato positivo, mas, por
outro lado, cria artigos muito confusos; o percentual não é o melhor na nossa
avaliação. Nós estamos apresentando cinco Emendas para deixar o Projeto mais
redondo. O que, aliás, é uma tradição, porque os Projetos do Executivo são uma
confusão só; este é mais um. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): Com a
manifestação do Ver. Guilherme Barbosa, concluímos a discussão da Pauta no dia
de hoje. A Mesa constata que visivelmente não há quórum e encerra a presente
Sessão.
Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a Sessão às 15h43min.)
* * * * *